segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Vinícius e Tom: a história dos mascotes olímpicos

Na semana em que os nomes dos novos mascotes das Olimpíadas e das Paralimpíadas que acontecerão na cidade do Rio de Janeiro em 2016 foram escolhidos (Vinícius e Tom), você já se perguntou quando surgiram os mascotes olímpicos? Pois, bem, os mesmos surgiram a partir das Olimpíadas de Grenoble em 1968 com o mascote Schuss (um esquiador). Desde então todo evento esportivo apresenta um ou mais de um mascote, já que as paralimpíadas ocorrem logo na sequência de encerramento dos jogos olímpicos. 

Considerado o mais famoso entre todos os mascotes esportivos está Misha, que abrilhantou, virou desenho e apresentou um novo filão comercial que sempre é lembrado. O urso, símbolo da Rússia, foi mascote das Olimpíadas de Moscou no ano de 1980 e é símbolo de todos os outros mascotes. O uso de animais, por sinal, é corrente: cachorro (Munique, 1972), castor (Montreal, 1976), lobo (Sarajevo, 1984), tigre (Seul, 1988), corujas (Nagano, 1998) entre outros.

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A escolha dos nomes dos mascotes oficiais de 2016 que representam a fauna e a flora do Brasil foi feita pelo público em votação pela internet. Foi uma justa homenagem aos poetas brasileiros de mesmo nome e à cidade do Rio de Janeiro.

A XXXI Olimpíada Rio 2016 ocorrerá entre os dias 3 e 21 de agosto. Algumas cidades que foram sede da Copa do Mundo, fora do Estado do Rio de Janeiro, também receberão competições. É o caso de Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Paulo, que receberão em suas arenas jogos preliminares de futebol (medalha de ouro nunca conquistada pela seleção canarinho).

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Na sequência, os Jogos Paralímpicos de Verão 2016 ou Jogos da XV Paralimpíada de Verão serão realizados entre os dias 7 e 18 de setembro com disputas de vôlei sentado, competições de atletismo e natação, iatismo, tiro, futebol de 5 e de 7, entre outros esporte.

Os próximos jogos serão disputados na cidade de Tóquio, no Japão, em 2020.

LINKS DE ACESSO:

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Liquidez Finita

Temos que falar da falta d'água que se instalou no Brasil no ano de 2014 como consequência da falta de consciência do brasileiro que não sabe usar e reutilizar esse bem tão precioso e da falta de políticas públicas (reflorestamento, reuso da água, despejo de esgoto, etc. etc etc). Estamos hoje passando por maus bocados. Aqui, vejam, começamos o racionamento (na véspera do feriado) e ficamos 36 horas sem receber uma gota de água na torneira. Registros desligados! No meu caso, pobre de mim, recentemente comprei uma casa e a caixa que tenho como reservatório é bem módica (por sinal, aqui tá vendendo caixa como água!). Menos de 36 horas depois já não tinha como fazer mais nada. A pia tá cheia e o banho de ontem, não posso descrever, me fez refletir sobre os sertanejos, sobre pessoas que vivem em locais sem infraestrutura básica e sempre sofrem mais do que nós...fiquei pensando se na casa do prefeito houve racionamento. Bom, essa não é uma crônica sobre política.

A escassez ou mesmo a falta d'água me fizeram lembrar de alguns filmes. Um em especial onde a chuva é atuante e não falta, pelo contrário. Faz parte do cenário, é atriz coadjuvante em quase todas suas cenas, é necessária, é infinitamente presente: Blade Runner (Ridley Scott, 1982). O filme se passa em 2019, então, se pensarmos aqui em coincidências (no caso de São Paulo), daqui a 5 anos teremos chuva para encher qualquer reservatório ou açude pelo nosso país afora. Primeira dica de filme para o feriadão: 1) rever Blade Runner.
 

Google - Cena de Blade Runner.


Outro filme é Morte e Vida Severina, oposto ao anterior no quesito excesso de água. Você pode escolher a versão: tem a de 1977 com Tânia Alves ou a de 2010, em desenho animado. Essa última é visualmente incrível, um belo filme. É a que sugiro para refletirmos sobre como devemos nos preocupar bem mais com essa questão.
 

Google - Morte e Vida Severina.

Então, se nesse feriado você não tem o que fazer ficam as dicas para vocês de bons filmes.


Namorinho de Sofá

domingo, 28 de setembro de 2014

Gerson Camarotti: segredos, conluios e curiosidades do último conclave

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Gerson Camarotti nos dias atuais é o "jornalista queridinho" de quem gosta de informações precisas, mas que são dadas de forma simples a quem pouco entende de termos específicos da economia e política, por exemplo. É jornalista da Globo News e escreve para Blog do Camarotti.



Mas, a matéria não é exclusivamente sobre o jornalista, mas sim sobre seu recente livro Segredos do Conclave (2013) que já está na segunda edição pela Editora Geração e que deve aumentar suas vendas depois da indicação ao Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Reportagem.

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O livro contém 11 capítulos que vão tratar do antes, durante e depois do conclave que elegeu o Papa Francisco e do qual o jornalista pode participar bem de perto. O livro conta ainda com um interessante Posfácio intitulado Uma análise weberiana da estratégia política da Santa Sé para reconquistar a América Latina e a primeira entrevista exclusiva do Papa Francisco após sua eleição.

A leitura do livro é simples, como a própria forma de conduzir suas aparições no Jornal da Dez, só ficando um pouco entediosa na apresentação de alguns dados estatísticos, porém curiosos em relação a Igreja Católica e alguns tabus que ainda a cercam (como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, divórcio entre outros). Apesar do marasmo com a apresentação dos dados vale à pena prestar atenção nos mesmos.

Interessante também é a informação que nos é passada sobre o crescimento de outras religiões no Brasil e na América Latina, em especial, bem como, os motivos que levaram a esse fato durante décadas e a inércia da Santa Igreja para tal. As análises sobre o distanciamento da igreja e seus motivos são interessantíssimos e mexem com a própria estrutura do catolicismo contemporâneo. Não é à toa que Bergoglio e seu franciscanismo estão onde estão hoje. Sim, ele Papa e sua ordem tem a dura missão de resgatar os milhões de fiéis desgarrados nas últimas de décadas por todo mundo.

Fica nossa dica de leitura e ah....o Papa Francisco leu o livro!


Confira todo os indicados ao JABUTI 2014 em http://premiojabuti.com.br/resultados/todas-categorias/

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Uma luz no fim do túnel. "Luz, câmera e ação!" A efervescência do Teatro Severino Cabral e o renascimento da cultura em Campina Grande

Há muito tempo não se vê tantas belas atrações culturais na cidade de Campina Grande. Nesse ano de 2014 as atividades culturais não se encerraram com o São João; ao contrário, com o encerramento da festa que dura 30 dias as portas do Teatro Municipal Severino Cabral se escancararam para o 39º Festival de Inverno de Campina Grande (realizado de 15 a 23 de agosto), que com sua ícone maior como host, Eneida Agra Maracajá (há 35 anos a frente do FICG), mas também com o novo olhar e dedicação de seu diretor, Erasmo Rafael (que merece uma matéria exclusiva, caso haja interesse) que recebeu de portas abertas os campinenses e paraibanos, bem como, as atrações vindas de todas as partes do Brasil.

Eneida Agra Maracajá. Fonte: Google
As atrações foram tantas e de qualidade incomparável que fica difícil descrever a emoção sentida pelo público. De Maria Gadú que fechou com chave do ouro o festival lotando o teatro (normalmente o encerramento é feito com música) à abertura com Cia Gira Dança que impactou os presentes.
O mais bacana do festival de inverno desse ano foi, além da sua programação estendida para outros locais da cidade (Praça da Bandeira, por exemplo), a divulgação que o evento teve. Vale ressaltar que ainda falta mais um pouquinho de divulgação (especialmente pela mídia), mas os primeiros passos já estão sendo dados. Quando vimos um espaço cultural divulgar sua programação com meses de antecedência? É o que podemos notar com a Campanha de Popularização do Teatro e Dança na cidade.  

O Teatro Municipal Severino Cabral também lançou um novo site, muito mais prático e de fácil acesso. Vale a pena acompanhar: http://teatroseverinocabral.art.br/ Toda a programação cultural da cidade pode ser consultada em https://www.facebook.com/NamorinhoDeSofa 

Fica a dica
Namorinho de Sofá


Diretor do teatro, Erasmo Rafael. Fonte: Google


segunda-feira, 2 de junho de 2014

514 anos de escravidão

Namorinho de Sofá é cultura. Namorinho de Sofá lê jornal, matérias na internet e também livros. É sobre Doze anos de Escravidão a matéria dessa noite infestada de pernilongos, mas de agradável clima.

O livro de Solomon Northup que ganhei recentemente em uma viagem ao Rio de Janeiro começa assim: "Narrativas de um cidadão em Washington em 1841 e resgatado em 1853 de uma plantação de algodão perto do Rio Vermelho, na Lousiana"

Pois bem, o livro narrado pelo próprio autor relata como o mesmo nasceu livre e se tornou escravo por 12 anos de sua vida. Negro, livre, carpinteiro, cidadão de Washington, nunca tinha visto um tronco em sua vida, era bem visto nas redondezas, sabia ler e escrever e tocava violino. Era casado, tinha filhos e um teto para viver. Por um infortúnio da vida é enganado por uma dupla de brancos safados e acaba sendo tirado do seio de sua família, de sua pacata vida e castigado literalmente para que seu corpo não lhe deixasse esquecer sua cor, sua inferioridade, mediocridade e, especialmente, o seu lugar de 'menos que nada'.

A edição que me foi presenteada, igual a essa ao lado, vem com um outra capa por cima lembrando o pôster de divulgação do filme de mesmo nome, 12 Years a Slave, e um dizer que me fez querê-lo mais do que tudo naquele momento. A história de Northup foi comparada ao Diário de Anne Frank (livro que também foi adaptado ao cinema). 

Sendo somente publicado anos após sua morte o diário da garota judia Anne foi escrito por ela durante os dois anos de confinamento fugindo da morte certa imposta pelo nazismo, 

Bom, ai eu li o livro. Já tinha lido o outro e queria saber em que se aproximavam. Penso eu que na barbaridade dos fatos que levaram às escritas. Anne escrevia para idealizar e viver uma vida que não podia ser vivida, para se amparar, para sobreviver em confinamento cruel de um espaço apertado e sufocante. Por outro lado, Northurp sobreviveu para contar sua história e, como Anne, não deixar que a mesma fosse esquecida. Ambos sofreram horrores. Uma morreu o outro morreu por doze anos longe de sua família, sendo castigado, tendo seu coro esfolado centenas de vezes. 

Na página 17 logo de cara Solomon Northurp avisa que o livro é para estômagos forte e corações sinceros: "Posso falar sobre a escravidão apenas na medida em que foi por mim observada - apenas na medida em que conheci e vivenciei em minha própria pessoa. Meu objetivo é dar uma declaração simples e verdadeira dos fatos: repetir a história de minha vida, sem exageros, deixando para os outros determinarem se as páginas de ficção apresentam um retrato de uma maldade mais cruel ou de uma servidão mais severa". 

Posso dizer que eu senti todas as dores que ele sentiu através de seus relatos e que de forma simples faziam minha carne sangrar. Lógico que metaforicamente falando, porque sou branca, nasci no século 20, tenho uma irmã negra linda e não gosto de injustiças. Mas, quantos relatos eu li que me fizeram (e fazem) olhar para o nosso povo brasileiro de hoje? A que tipo de escravidão nosso povo majoritariamente negro tem que se sujeitar? 

A maioria dos pobres de nosso país e do mundo (não vamos esquecer da África) é composta de negros. Negros, negros, negros dos quais descendemos. Sim! Fiquei meio irada com a leitura porque novamente meu olhar foi descortinado e está pronto para não mais aceitar as injustiças desse mundo capitalista, globalizado, hollywoodiano! Será!?

É isso ai...sobrevivente de todas as picadas de pernilongos possíveis, detalhei pouco, mas espero que tenham curiosidade pela leitura sugerida (eu não vi o filme ainda, diga-se de passagem). E para ganhar a noite de vez, aproveitem e leiam ou releiam O Diário de Anne Frank.

Diretamente daqui....fica a dica!
Namorinho de Sofá

BAIXE AQUI O FILME O DIÁRIO DE ANNE FRANK 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Gonzagão A Lenda.


Fotos: Lala Medeiros

Emocionante, sem defeitos! Com a primorosa concepção de João Falcão o musical "Gonzagão A Lenda" esteve em única apresentação na cidade de Campina Grande no dia 4 de maio com apresentação gratuita no Parque do Povo, às 19h. O espetáculo está em cartaz desde dezembro de 2012, ano em que Gonzaga faria faria 100 anos.

O musical já foi premiado com:

Melhor Música: Prêmio Shell;
Melhor Produção: Prêmio APTR;
Melhor Espetáculo, Direção e Figurino - Prêmio FITA;
Melhor Espetáculo - Prêmio Qualidade Brasil.

O elenco consta de nove atores:
  1. Adrén Alves (nascido em Campina Grande);
  2. Alfredo Del Penho;
  3. Eduardo Rios;
  4. Fábio Enriquez;
  5. Paulo de Melo;
  6. Renato Luciano;
  7. Ricca barros;
  8. Larissa Luz;
  9. Marcelo Mimoso. 


Os músicos são um espetáculo a parte pelo talento e domínio de vários instrumentos:
  1. Beto Lemos : Viola, Rabeca e Pandeiro;
  2. Daniel Silva: Cello;
  3. Rick De La Torre: Bateria e Percussão;
  4. Rafael Meninão: Acordeon.

Parabéns ao Ministério da Cultura e Rede pelo patrocínio.
Encerramos a matéria citando parte do Aboio que inicia o espetáculo e que foi composto por João Falcão:"[...] Nós não somos desse tempo/Somos de bem lá na frente /Um futuro indefinido/Suposição de um presente/Que enxerga em forma de lenda/Vosso passado recente [...]".






Fotos: Lala Medeiros.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Selarón: celebração a vida, mosaico de cores

Quando imaginamos que vimos tudo de belo nessa vida nos deparamos com uma escadaria, despretensiosamente instalada em uma discreta entrada da Lapa (Rua Joaquim Silva) e que termina na Ladeira de Santa Teresa no Rio de Janeiro. Surge então uma história que precisa ser contada....

Fonte: Google
A beleza também está presente na simplicidade e mais do que tudo, na energia positiva de certos locais, de determinadas obras de arte que tem uma história peculiar. Resolvemos assim, falar de Jorge Selarón (Limache/Chile, 1947 - Rio de Janeiro/Brasil, 10/01/2013), artista que chegou ao Brasil em 1983 e transformou 215 degraus e 125 metros de comprimento em arte.

Hoje, um dos lugares mais visitados dos bairros da Lapa e Santa Teresa, já foi motivo de gozação ao artista que abandonou a pintura para se tornar o azulejista mais famoso do mundo. Também uma forma de sobreviver, pois sem dinheiro, muitas vezes chegou a passar necessidades. O curioso de sua obra é a autenticidade, já que o material utilizado por Selarón, os azulejos, eram presentes dos turistas de toda parte do mundo que visitavam sua obra a céu aberto. O artista sobrevivia da venda de quadros, postais e outras obras.

No mesmo ano em que a Escadaria Selarón ou Escadaria do Convento de Santa Teresa foi tombada pelo Patrimônio Cultural da cidade do Rio de Janeiro, em 2005, Selarón recebeu o título de Cidadão Honorário do município, claro reconhecimento a sua obra e de sua relevância para o turismo loca.

Foto de Namorinho de Sofá


Foto de Namorinho de Sofá

Escadaria Selarón é considerada pela National Geographic como "a maior escultura no mundo feito por um único indivíduo" e o reconhecimento da obra no Rio de Janeiro inspirou a escadaria de San Francisco (Califórnia, EUA), obra das artistas Aileen Barr e Colette Crutcher.

A escadaria já serviu de inspiração para ensaio da Playboy americana e abrigava a Cia. dos Atores. A morte ainda sem muitas explicações do artista colocou um ponto final na obra: Fala do próprio Selarón que acreditava ser, sua obra inacabada, enquanto estivesse vivo.

O artista foi encontrado queimado, ao lado de um pote de thinner, na escadaria que o consagrou.

Mais informações sobre o artista e a obra:


Fica a dica!
Namorinho de Sofá

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Você conhece o Boi (que) Falô?

Desde 1986 a festa realizada no distrito de Barão Geraldo, município de Campinas (SP), atrai não somente os moradores locais, mas visitantes da redondeza para a famosa macarronada servida na festa do Boi Falô. A comemoração folclórica, já incorporada ao calendário municipal e estadual de festejos e coordenada pela Sub Prefeitura do distrito e pela Secretaria de Cultura de Campinas, relembra a "lenda" de um boi que falou.

Fonte: Google
A história relata que um escravo, em uma Sexta-Feira Santa, foi buscar alguns animais para o trabalho. Um desses bois se recusou não se levantando mesmo sendo inúmeras vezes castigado. Na sequência o boi fala ao escravo: "Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Senhor Jesus Cristo!". Assustado, o escravo volta a sede da fazenda correndo e gritando "O boi falô! O boi falô!" e conta a história ao capataz, que constata a fala do escravo ao ouvir o boi repetir a fala. Outra versão diz que o capataz indignado tenta castigar o escravo preguiçoso, mas o Barão Rezende, dono das terras, concorda com o escravo Toninho e ordena a dispensa de todos os escravos daquele dia de trabalho. 

Versões da mesma história se alastraram durante as décadas e o resultado disso é que milhares de pessoas que não viajam no feriado religioso se encontram para comer, encontrar as pessoas, passear pela feirinha de artesanato montada no local e curtir a programação cultural (música, literatura e teatro estão sempre presentes). Um típico compromisso familiar, que só em 2009, em sua 14ª edição, teve a participação 2.500 pessoas com a benção do padre da paróquia local. Vale ressaltar que essa não é uma festa pagã e sempre (foi) é iniciada com a oração do pároco da comunidade local.

Fonte: Google
A festa que cresce a cada ano toma ar de programação cultural e social já que todo ano uma entidade sem fins lucrativos aparece para falar, por exemplo, sobre a preservação da Mata Atlântica, que (ainda) rodeia parte do Distrito de Barão Geraldo, oficializado em 1953. Nada é jogado fora, o que não é consumido na festa é distribuído à comunidade.

Se você e sua família não tem programação para o feriadão fica a dica de um ótimo programa que todo ano se reinventa para não deixar desaparecer a cultura local. 
Fica a dica!
Namorinho Sofá e o Boi que Falô

terça-feira, 1 de abril de 2014

50 anos do Golpe de 64: a temática na sétima arte

O Brasil relembrou ontem, 31 de março, os cinquenta anos do Golpe Militar de 1964. O início de uma ditadura que matou, torturou e acabou com os sonhos de milhares de brasileiros por uma vida "democrática", "justa" e qualquer outro adjetivo que remeta ao desenvolvimento igualitário social; durou 21 anos.

A maioria das músicas, livros, peças teatrais e filmes produzidos nessa época foram censurados. A matéria de hoje é para recordar e não deixarmos esquecer que qualquer tipo de cerceamento à liberdade de expressão ou a de "ir e vir" dos cidadãos de qualquer parte do mundo não pode ser mais tolerada. Não podemos esquecer do nazismo alemão ou do fascismo italiano. Nossos "governantes" à época foram beber nessas fontes. Não devemos esquecer dos nossos algozes, nem de nossos fantasmas.

Para isso relembramos alguns filmes que trataram a temática, bem como sugerimos a página no Facebook Ditadura e Tortura Nunca Mais e depoimentos sobre o período. 

Filmes: 

Cabra Marcado para Morrer (1984) do diretor Eduardo Coutinho tem uma história pré-produção muito interessante onde "Em fevereiro de 1964 inicia-se a produção (...), que conta a história política de líder da liga camponesa de Sapé (Paraíba), João Pedro Teixeira, assassinado em 1962. No entanto, com o golpe de 31 de março, as forças militares cercama locação no engenho da Galiléia e interrompem a filmagem" (FONTE). De fácil acesso pode ser baixado no Youtube e poderá ser assistido hoje pelos alunos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) na Programação Debates: Ditadura nunca mais, que se realizará durante toda essa semana.



O que é isso companheiro, filme de Bruno Barreto que conta a história da troca de presos políticos pelo embaixador americano sequestrado pelo MR8 concorreu ao Urso de Prata no Festival Internacional de Berlim em 1997 e ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1998. 

Ação entre amigos, é um produção com temática pós-ditadura. Quer dizer...a história trata do encontro de amigos torturados na ditadura e que sobreviveram para poder se vingar de um de seus algozes. O suspense do diretor Beto Brant, é uma produção de 1998, com elenco que conta com Leonardo Villar, Zécarlos Machado, Cacá Amaral, Genésio de Barros e Fernando Torres. Ganhou os prêmios de Melhor Direção, Fotografia e Trilha Sonora no Festival de Cinema de Recife. Ganhou também um prêmio em Chicago e outro em Miami (EUA).

Zuzu Angel (2006), é um filme que vai tratar da mulher e sua representatividade na ditadura. Conta a história de mães, mulheres e irmãs que perderam seus filhos, netos e irmãos para os porões da tortura militar, apenas pela história de uma única mãe, a estilista, Zuzu Angel. O filme conta com dois 'globais' de peso, Patrícia Pillar e Daniel de Oliveira. Mas, nem por isso é um filme de clichês. É uma boa produção que vale ser vista. Ganhou o prêmio de Melhor Figurino no Festival de Cinema Nacional, dentro outras indicações.

O ano em que meus pais saíram de férias, filme de 2006 dirigido por Cao Hamburger e estrelado por Caio Blat é o mais recente de todas as produções cinematográficas sobre a temática que teve destaque na bilheteria nacional. Uma peculiaridade é o mote do filme: um casal para se proteger e proteger seu filho, foge da repressão e promete voltar até a Copa do Mundo de 1970. A mistura de dor (a violência da ditadura) e a alegria (o futebol é a paixão do brasileiro) levou o diretor à uma indicação em 2007 ao Urso de Ouro no Festival Internacional de Berlim, ganhando no total 26 prêmios entre nacionais e internacionais e mais de 20 indicações em outros festivais.

Outros filmes nacionais podem ser conferidos nas locadoras: Prá frente Brasil (1983), Cabra-Cega (2004), Batismo de Sangue (2006), Cara ou Coroa (2012), entre outros.

Num tempo em que a barbárie assola o mundo e em especial o Brasil, que cheio de contrastes acredita que mulher pede para ser estuprada porque não tem poder de decisão sobre o uso de seu próprio corpo (sendo para os homens objeto de consumo, mercadoria), deixamos aqui nossa contribuição para o não esquecimento de tempos sombrios. Um história suja que não pode ser esquecida, para não ousar ser repetida.

Fica a dica, mas fica(m) a(s) indignação(ões).

Namorinho de Sofá

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Hilda Hilst: dez anos sem a poeta das luxúrias

Hilda (de Almeida Prado) Hilst faleceu no dia 4 de fevereiro de 2004. 

Perdemos sua poesia, mas também perdemos um ser humano antenado com o mundo real, com suas belezas, mas também com suas mazelas. Contestadora, briguenta e de 'língua solta', amava os animais (em especial os cães). Amava a natureza, odiava contas e tudo mais que a rotina lhe impunha como ser humano. A bem da verdade quem conheceu a vida de H.H. sabe que ela não precisava se preocupar com essas questões domésticas, tinha sempre alguém para desobrigá-la de tais obrigações, e assim, poder trabalhar em sua escrita, em sua obra, em seu legado. Foi assim por toda a sua vida...
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O mote....a luxúria, é um dos sete pecados capitais. A luxúria é a perversão do ser humano (segundo o catolicismo, que delimita todas as suas vertentes). Hilda não era perversa, mas sua escrita sempre foi luxuriosa no sentido de suscitar o erotismo, o sensual, o prazer das paixões, da vida e do belo. Mais próxima do final de sua vida seus textos eram mais ácidos e dilacerantes para uma sociedade que não compreendia a contemporaneidade de seus pensamentos. Sejam nas palestras que proferiu (sempre como homenageada) ou nos últimos textos da coluna que escreveu durante alguns anos para um jornal da cidade de Campinas - SP, Hilda sempre foi direta, autêntica e verdadeira nos sentimentos que expressava e que também contestava.

 www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=CMUHE042753

H.H. faleceu na cidade de Campinas, morando em sua Casa do Sol. Ambiente límpido e puro que recebeu a energia de poetas e artistas como Caio Fernando Abreu e Lygia Fagundes Telles, sua grande amiga. 

Casa do Sol foi sua morada física, do corpo, mas também, da alma, da criação, da criatividade, das palavras doces e das palavras mais ásperas. Dos cães, dos amigos e dos curiosos. Tive a oportunidade de conhecer a escritora (por poucas horas) e seu santuário de palavras soltas ao vento e de Baco, pois fomos recebidas com uma taça de vinho. Se não tivesse ficado tão emocionada teria aproveitado mais aquela oportunidade. Não bebemos o vinho, pois era muito cedo e o motivo de nossa visita era outro; bebemos da sua presença. Me emociono de lembrar até hoje.


Das luxúrias das palavras escritas para a luxúria da música, não podemos deixar de lembrar de um de seus trabalhos, em parceria com Zeca Baleiro. A autora convidou Baleiro para musicar alguns de seus poemas. E o que se vê - ouve, melhor dizendo - é a comunhão perfeita de emoções no CD Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé - De Ariana para Dionísio. Como parceiros nas músicas podemos ouvir Rita Ribeiro, Maria Bethânia, Mônica Salmaso, Ângela Vieira, Zélia Duncan e outras.


                        
Para conhecer mais a obra dessa escritora brasileira um dos contatos é o Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio (CEDAE) na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Boa parte da obra da autora foi adquirida pela instituição e está sobre sua responsabilidade.



"A vida é crua. Faminta como bicos de corvos. 
                         E pode ser tão generosa e mítica: arroio, olho d'água, bebida. 
                                               A vida é líquida". (Hilda Hilst)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Meu nome é Gal! 40 anos de carreira e uma voz única

Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos, na cidade de Salvador, mais conhecida como Gal Costa, tem uma voz inconfundível. Após anos fora da mídia e dos palcos, sem gravar ou se apresentar e, prestes a completar 70 anos em 2015, parece que foi ontem que Gal soltou sua voz pela primeira vez. Sua mais recente apresentação na cidade de João Pessoa, no dia 25/01/2014, durante o evento Extremo Cultural, com a Praia de Tambaú lotada de pessoas de todas as idades foi emocionante. 

Ao entrar no palco, às 22 horas, deixou o público anestesiado ao perceber que pouca coisa havia mudado. Além da idade (que chega para todos, inclusive para os fãs), o que chamou a atenção foi a apresentação do último trabalho, Recanto (2011), com seus arranjos diferentes e extravagantes comparados com aqueles aos quais estamos acostumados, mesclado com antigos sucessos; ora com arranjos convencionais, ora com a batida eletrônica do novo trabalho.

Foi uma apresentação de 'tirar o chapéu'. Faltou apenas Vaca Profana, mas teve Vapor Barato (Jards Macalé e Waly Salomão) e Mãe (Caetano Veloso). Além da incrível banda, ou trio, que a acompanha nesse trabalho e merece destaque: Domenico Lancelotti (baixo e voz), Pedro Baby (guitarra, violão, voz) e Bruno Di Lullo (bateria, arranjos e voz).

Pedro Baby, filho de Baby Consuelo (ou Baby do Brasil) e Pepeu Gomes é o grande destaque do show. Com um domínio dos instrumentos que executa o instrumentista se funde em um. Pedro incorpora, transborda musicalidade, desafia os ouvidos do público, ultrapassa o grande instrumentista que é Pepeu. 

Não podemos deixar de destacar também a sintonia entre todos. Fica evidente a satisfação (e busca pela perfeição sonora) dos quatro no palco, o que torna o show muito mais prazeroso.

Se você perdeu curta algumas fotos, e o vídeo de Bruno Garcia da noite do show (até agora o melhor que encontramos).




Recanto (Universal Music)
Ano:  2011
Letra: Caetano Veloso
Produção: Moreno Veloso
Bases Eletrônicas: Domenico Kassin
Faixas:
1. Recanto Escuro
2. Cara do Mundo
3. Autotune Autoerótico
4. Tudo Dói
5. Neguinho
6. O Menino
7. Madredeus
8. Sexo e Dinheiro
9. Miami Maculelê
10.Segunda

Fica a dica!
Namorinho de Sofá