quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Maria do Carmo Miranda da Cunha: a que nasceu portuguesa, tornou-se brasileira e morreu americana.

Pode ligar qualquer programa de televisão na data de hoje que só se fala que Carmen Miranda (a Pequena Notável) morreu  há 60 anos, muito jovem, aos 42 anos de idade de ataque cardíaco na cidade de Beverly Hills, Califórnia, EUA. Toda reportagem que lembra sua morte ou o dia de seu nascimento em 9 de fevereiro de 1909 trata sempre do mesmo assunto: Carmen Miranda é brasileira? É portuguesa? É americana? Os brasileiros a amam ou a odeiam depois que a mesma se mudou de "mala e cuia" para os Estados Unidos para fazer fama, sucesso e dinheiro?

Vamos mudar o tom, vamos lembrar suas obras e não esquecer que foi com ela que o Brasil e suas belezas, especialmente as do Rio de Janeiro, ficaram conhecidas. Não podemos negar que apesar de caricata, com suas frutas na cabeça, Carmen Miranda foi mais brasileira que muito brasileiro se diz ser nos dias de hoje.
A primeira lembrança, de pequeninha que tenho é de vê-la pela primeira vez atuando com Zé Carioca (Joe Carioca) e Pato Donald (Donald Duck) no filme "Saludos, amigos" de 1942.


Como atriz atuou em 20 filmes entre os anos de 1930 e 1953; na maioria musicais onde dividiu cena com ícones como Jerry Lewys, Dean Martin, Jane Powell, Elizabeth Taylor, Don Ameche, Oscarito, Ary Barroso e a irmã Aurora Miranda. É reconhecida pelo American Film Institute como uma das 500 lendas do cinema e seu primeiro filme por lá, Serenata Tropical (1940) foi um sucesso de bilheteria no ano. Em 1952 foi a mulher mais imitada pelas americanas. Cinco anos após sua morte, em 1960, em mais um reconhecimento do público americano que a adorava, sua estrela na Calçada da Fama foi imortalizada.


Também entre os anos de 1949 e 1955 fez participações especiais em séries americanas, ficou em cartaz de 1939 a 1940 com o musical The Streets of Paris e na sequência, de 1941 a 1943, com o musical Sons o' Fun. Como cantora são cerca de 50 interpretações reconhecidíssimas apenas na sua voz, como No Tabuleiro da Baiana (1936) e Na Baixa do Sapateiro (1938), composta por Ary Barroso.

Muitas foram as homenagens a atriz, cantora e bailarina. Já foi enredo de escola de samba no Rio de Janeiro em 1972, o diretor Miguel Falabella já a homenageou em um musical (South American Way, 2001), em 2005 o escritor Ruy Castro lançou sua biografia (considerada uma das mais completas), tornou-se Patrimônio da Cultura Brasileira em 2009 e tem um museu dedicado a sua vida e obra no Parque do Flamengo no Rio de Janeiro desde 1976, além de documentário dirigido por Helena Solberg no ano de 1995.

Bom, fica a dica para nossos leitores buscarem as obras da artista Carmen Miranda disponíveis na internet, nas locadoras e nas livrarias. Assunto para uma boa conversa não faltará.



Chica chica boom pessoal.
Namorinho de Sofá

Sites relacionados: 


* todos os vídeos foram retirados do Youtube.