Crítica Cinematográfica



O espaço trará comentários, críticas, crônicas e sugestões de filmes E para tal, muitos dos artigos que falaram sobre cinema em Enxertos serão trazidos para cá. Esperamos que apreciem as mudanças, já que está foi sugestão de um de nossos leitores.
Saudações cinematográficas,
Namorinho de Sofá

Grace & Frankie

Aberta aqui uma exceção para uma série, criada e produzida pela Netflix (via streaming), que vale muito algumas palavras. A série que teve sua temporada de estreia em 2015 e hoje encontra-se na quarta temporada (2018), tem como ponto forte seus atores, ou melhor, as atrizes Jane Fonda e Lily Tomlin, em especial. Tudo começa quando os maridos das amigas Grace e Frankie do título revelam que são gays e um casal. A primeira temporada é a mais existencialista de todas e discute além da homossexualidade, a traição, a família e a velhice, tudo com muito humor. Para quem não sabe, Jane Fonda foi símbolo de beleza por muitos anos, e creio que hoje, com mais de 70 anos ainda é uma das mulheres mais bonitas do show business; e como imaginá-la sendo traída por anos e por outro homem? As duas primeiras temporadas tratam da temática com muita força, mas nas demais, há espaço para a discussão de outras questões: filhos adotados, consumo de drogas lícitas e ilícitas e até  o prazer sexual na dita terceira idade. Tudo de bom nessa série que ainda conta com os nomes conhecidos de Martin Sheen e Sam Waterston, como os ex-maridos gays descobrindo as novidades ao "saírem do armário". 


Fica dica!
Carol Cavalcanti

Gia 

A história real de Gia Caragi, uma top model que teve uma carreira meteórica em meados dos anos de 1970 atingindo o auge nos anos 1980. Gia modelou para importantes marcas e foi capa de várias revistas famosas, a exemplo da The Comospolitan. Chamava atenção pelo jeito exótico e irreverente,mas sucumbiu  pelo uso de drogas pesadas. Gia contraiu AIDS e faleceu em consequência da doença com a idade de 26 anos.
No elenco Angelina Jolie (Gia),  Outros astros hoje consagrados na indústria cinematográfica hollywoodiana também participaram do filme feito para TV: Eric Michael Cole, Faye Dunaway Wilhelmina Cooper e outros. A trilha sonora foi composta por Terence Blanchard. 
Carol Cavalcanti





Flores Raras
Direção: Bruno Barreto
Com: Glória Pires, Miranda Otto, Tracy Middendorf, Marcello Airoldi, Treat Williams, Marcio Ehrlich.
Prêmios (até agosto de 2013): San Franciso International Lesbian & Gay Film Festival e Toronto Inside Out Lesbian and Gay Film and Video Festival - Melhor Filme.

Bom, você pode nunca ter ouvido falar de Elisabeth Bishop (Miranda Otto) ou mesmo de que o Aterro do Flamengo foi criado pela arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (nós não sabíamos!). Mas, com certeza você conhece a Glória Pires. Ela já foi Ruth e Raquel em uma telenovela, foi Poti Koi, no filme Índia, a Filha do Sol (1982) seu primeiro longa-metragem, representou Selma em A Partilha (1982) e "Tony Ramos" nos dois filmes, Se eu Fosse Você 1 e 2 (2006 e 2009).


Bruno Barreto, aquele diretor casado com a ex-mulher do Steven Spielberg e que tem em seu currículo, entre outros, os filmes Dona Flor e seus dois maridos (1976)Gabriela, cravo e canela (1983)O que é isso companheiro (BRA/EUA, 1997) Voando Alto (EUA, 2003), parece que nesse filme acerta a mão, não só na condução da direção, mas também na escolha do elenco. Outra vez, Glória Pires vale o filme! Assim como a atriz australiana Miranda Otto que atuou em dois filmes da série Senhor dos Anéis e representa a poeta e alcoólatra Bishop, vencedora do Pulitzer com North & South. A Cold Spring (1955), escrito no Brasil.

Se você é fã de G.P. e não tiver nenhum outro motivo para assistir esse filme....vá por conta dela. Vá! Estamos garantindo não só a diversão de um bom filme, mas um pouquinho de cultura, poesia, arquitetura, Rio de Janeiro e amor. Ah! Não vá se não gosta de histórias de amor. Porque Flores Raras (2013), filme nacional quase totalmente falado em inglês, é um filme de amor. Porém, um filme de amor sem ser piegas, sem explorar a questão amorosa entre duas mulheres. É um filme de amor e ponto final.

Sabe-se de imediato que o filme, que segundo o diretor está entre As Horas (2002) e Entre Dois Amores (1985), não poderá ser o indicado para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pelo Brasil (filmes falados em inglês não concorrem nessa categoria). As fichas do diretor B.B. estão nas atuações de ambas as atrizes, já que o filme tem feito muito sucesso por onde passa principalmente por essas atuações.
Não faremos críticas porque não temos (no momento) nada a declarar a não ser pelas coisas boas: beleza, pureza, sensibilidade entre outras belas coisas que o filme nos proporcionou.
Fica a dica!

Carol Cavalcanti
(19/08/2013).


                                           A Pele
Título Original: La Peau
Direção: Liliana Cavani
Com: Marcelo Mastroianni, Alexandra King, Burt Lancaster e Claudia Cardinale.
Indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes

Não tem aqueles filmes que caem na sua mão depois de tempos em um cantinho do armário? É esse o caso. O filme A Pele é um dos melhores filmes que já vi nos últimos anos. E olha que o mesmo foi produzido no ano de 1981. Eu tinha 6 anos, então, com certeza passou batido pela minha formação cinematográfica. 
Bom, vou começar pelo único defeito do filme: a dublagem das falas dos atores não italianos. Naquela época filmes europeus com atores americanos, por exemplo, eram dublados para a língua de origem da produção. Em alguns momentos fica tão evidente a dublagem que a sincronização não existe.
Vamos lá. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Curzio Malaparte, capitão do exército italiano que em Nápoles (Itália) bajula o exército americano após a libertação da cidade dominada pelo nazismo na Segunda Guerra Mundial (1943).
No início, o filme parece que vai descambar para a comédia, mas a pele humana é o foco de todo o sofrimento de uma população empobrecida, faminta, exausta. Destruída. As mulheres vendem o corpo para todo tipo de prostituição, mães vendem seus filhos para saciar os desejos masculinos e prisioneiros de guerra são vendidos pelo peso de seus corpos. A ausência de condições mínimas de vida intercala-se com as constantes notícias na rádio informando sobre o perigo da sífilis. A pobreza não separa os ricos dos pobres. A humanidade e a dignidade da realeza na cena em que lavam o corpo de uma jovem atingida pela erupção do Vesúvio para ser velada, além de emocionante, retrata bem a temática do filme. Quanto vale o ser humano, representado metaforicamente e sempre lembrado pela pele que cobre seu corpo?  
Marcelo Mastroianni, como sempre está divino. A ironia do americano sempre vencedor (de todas as guerras) é representada pela grande atuação de Burt Lancaster. E ainda tem a beleza de Claudia Cardinale.
Bom, eu posso ter exagerado em ter dito que é um dos melhores filmes que já assisti, mas, vou manter a minha fala já que não só estou levando em conta os atores, mas também o roteiro muito bem amarrado, a direção de Liliana Cavani, a montagem perfeita do filme, a bela fotografia de um pôr do Sol no litoral de Nápoles e a sensibilidade do filme em tentar mostrar a decadência do ser humano quando vítima de uma guerra.

Se falar mais estraga. Fica a dica!
Carol Cavalcanti
04/06/2013.

TARANTINO É SINÔNIMO DE BONS FILMES (03/03/2013).

Vira e mexe algum seguidor nosso pede para que façamos um comentário específico sobre algo bacana. Um dos últimos pedidos foi uma crítica sobre o filme Django Livre de Quentin Tarantino. Fazer uma crítica sobre algo bom ou que gostamos é complicado. Fomos ver o filme e adoramos. Então o que podemos dizer de diferente?
Resolvemos que fica mais fácil falar sobre o filme e postar as demais obras desse autêntico diretor americano de cinema que nada tem de galã, que tem uma voz esganiçada e adora cinema trash e pastelão (as referências estão postas no filme).(todas as imagens retiradas do Google).





Django Unchained (1972) ganhou dois Oscars este ano. De melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz e Roteiro, para o próprio Tarantino. Concorreu ainda nas categorias Fotografia, Edição de Som e Filme. Ganhou mais 25 prêmios e teve 35 outras nominações  (até o final dessa matéria).

Conhecido pela crueza das suas imagens e por sua ironia, Tarantino vai tratar da escravidão e do segregacionismo nos Estados Unidos, tendo como mote principal a busca de um escravo por sua esposa. Ambos são separados após tentativa de fuga e Django (Jamie Foxx) ao tornar-se o primeiro caçador de recompensas negro, também assume o papel de matador e falso “capitão do mato” americano.
As diversas situações passadas por ele e seu fiel e leal dono, o ator austríaco Waltz (Dr. King Schultz), alemão que veio à America para livrar a nação de bandidos implacáveis são às vezes tão surreais que preferimos apenas acreditar. Porque ao final tudo (ou quase tudo) dá certo para os mocinhos que agem como bandidos para se tornarem heróis e salvar a mocinha. Acontece de tudo um pouco e uma das cenas mais interessantes e veladas do filme é a dor de consciência do falso dentista alemão que se importa com as barbaridades cometidas pelos brancos contra aos negros.

As referências às questões históricas são fortes: a Ku Klux Khan está presente, mas é apresentada de forma imbecil e o tal sofrer citado acima remete a um passado (nosso) presente (deles) onde o alemão de bom coração não lembra em nada a  Alemanha fascista e violenta da época do nazismo.
Tarantino também adora resgatar quem já não faz mais sucesso ou por força maior já estava aposentado. É o caso do ator ‘Miami Vice’ Don Johnson ou ainda Franco Nero. E dando uma de Hitchcock faz uma participação mais que hilária no filme.
D.L. criou muita polêmica nos EUA e inimigos também. A maioria de atores negros (ou melhor, afros americanos) que enxergaram o uso excessivo de violência, bem como, as humilhações passadas exageradas. A verdade mesmo é que nem os negros ou afrodescendentes ou afros americanos gostam de ver o que seus bisavôs passaram. E quem iria gostar de ver um negro nu, pendurado pelos pés e com seus órgãos sexuais sendo comprimidos? É chocante mesmo, mas é a pura verdade do que o mundo já fez durante a escravidão.
Bom, apesar de tudo o filme é excelente e merece ser visto. Porém, não se esqueçam de uma dica: Tarantino é Tarantino. Ou se ama ou se odeia. Para assistir qualquer filme dele é preciso ter estômago e saber que sairá transformado. Sim, e Leonardo DiCaprio está excelente!

Fica a dica.
Carol Cavalcanti

Outros filmes de Tarantino:
1) Bastardos e Inglório (2009)
2) Kil Bill I (2003) II (2004)
3) Jackie Browm (1997)
4) Pulp Fiction (1994)
5) Cães de Aluguel (1992)


'AND THE OSCAR GOES TO...' (11/01/2013)
O prêmio mais cobiçado do cinema internacional já selecionou seus indicados 2013. "And the Oscar go to" juntamente com "And the winner is" serão as frases mais ditas na noite de 24 de fevereiro. O filme com o maior número de indicações é Lincoln (falamos sobre sua estreia ontem) e reconsagra o ator Daniel Day-Lewis e o Diretor Steven Spielberg, que concorrem ambos, na categoria Melhor Ator e Melhor Diretor. 
Vamos as categorias e seus indicados:


Melhor Filme
Amor 
As Aventuras de Pi 
O Lado Bom da Vida

Melhor Diretor
Amor (Michael Haneke)
Indomável Sonhadora (Benh Zeitlin)
As Aventuras de Pi (Ang Lee)
Lincoln (Steven Spielberg)
O Lado Bom da Vida (David O. Russell)

Melhor Ator

Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)
Denzel Washington (O Voo)
Melhor Ator Coadjuvante
Alan Arkin (Argo)

Melhor Atriz
Jessica Chastain (A Hora Mais Escura)
Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)
Emmanuelle Riva (Amor) - (Atriz mais velha a concorrer)
Naomi Watts (O Impossível)
Quvenzhané Wallis (Indomável Sonhadora)
(Atriz mais nova a concorrer, 6 anos durante as filmagens)

Melhor Atriz Coadjuvante

Amy Adams (O Mestre)
Sally Field (Lincoln)
Anne Hathaway (Os Miseráveis)
Helen Hunt (As Sessões)
Jacki Weaver (O Lado Bom da Vida)

Melhor Animação

Valente (Mark Andrews and Brenda Chapman)
Frankenweenie (Tim Burton)
ParaNorman (Sam Fell and Chris Butler)
Piratas Pirados! (Peter Lord)
Detona Ralph (Rich Moore) 

Melhor Fotografia
Anna Karenina (Seamus McGarvey)
Django Livre (Robert Richardson)
As Aventuras de Pi (Claudio Miranda)
Lincoln (Janusz Kaminski)
007 - Operação Skyfall (Roger Deakins)


Melhor Figurino                                                         Melhor Documentário
Anna Karenina (Jacqueline Durran)                           Searching For Sugar Man
Os Miseráveis (Paco Delgado)                                   The Gatekeepers
Lincoln (Joanna Johnston)                                         The Invisible War
Espelho, Espelho Meu (Eiko Ishioka)                        How To Survive a Plague
Branca de Neve e o Caçador (Colleen Atwood)       5 Broken Cameras

Melhor Curta-Metragem (Documentário)        Melhor Montagem
Inocente                                                            Argo 
Kings Point                                                       As Aventuras de Pi                       
Mondays at Racine                                           Lincoln                              

Melhor Filme Estrangeiro                               Melhor Maquiagem
Amor (Áustria)                                                  Hitchcock 
O Amante da Rainha (Dinamarca)                   O Hobbit
No (Chile)                                                        Os Miseráveis
Kon-Tiki (Noruega)
War Witch (Canadá)

Melhor Trilha Sonora                                         Melhor canção Original
Anna Karenina (Dario Marianelli)                     Before My Time (Chasing Ice)
Argo (Alexandre Desplat)                                  Skyfall (007 - Operação Skyfall)
As Aventuras de Pi (Mychael Danna)               Suddenly (Os Miseráveis)
Lincoln (John Williams)                                   Pi's Lullaby (As Aventuras de Pi)
007 - Operação Skyfall (Thomas Newman)     Everybody Needs A Best Friend (Ted)

Melhor Direção de Arte
Sarah Greenwood e Katie Spencer (Anna Karenina)
Eve Stewart (Os Miseráveis)
Rick Carter, Jim Erickson e Peter T. Frank (Lincoln)
David Gropman e Anna Pinnock (As Aventuras de Pi)
Dan Hennah (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada)

Melhor Curta-Metragem                                   Melhor Curta-Metragem (Animação)
Adam and Dog                                                  Asad

Melhor Edição de Som                                        Melhor Efeitos Sonoros
Argo                                                                     Argo

Melhor Efeito Visual                                            Melhor Roteiro Adaptado
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada                        Lincoln
Prometheus                                                            O Lado Bom da Vida
Branca de Neve e o Caçador                                  Indomável Sonhadora
As Aventuras de Pi                                                As Aventuras de Pi

Melhor Roteiro Original
Quentin Tarantino (Django Livre)
Mark Boal (A Hora Mais Escura)
Wes Anderson, Roman Coppola (Moonrise Kingdom)
John Gatins (O Voo)
Michael Haneke (Amor)

Carol Cavalcanti


O QUE ASSISTIR NO 1º SEMESTRE DE 2013 (10/01/2013)
Para os cinéfilos de plantão o mais empolgante no início de um ano é descobrir os lançamentos previstos e se irão passar em nossos cinemas. Aqui em Campina Grande é um pouco mais complicado, porque como já dito inúmeras vezes, temos apenas 4 salas de cinema que tem predileção por filmes infantis, blockbusters e filmes dublados (eca!).

Faremos o seguinte.Vamos dar algumas dicas dos 'mais mais' da sétima arte para 2013 e as datas de lançamento no Brasil:

1) A Viagem, com Tom Hanks está com lançamento previsto para amanhã.
2) Barbara, também com estreia amanhã, é um filme alemão com 14 indicações e 7 prêmios, sendo um deles o Urso de Prata de Direção para Christian Petzold no Festival Internacional de Berlin. Nossa DICA. 
3)  Django Livre, novo filme polêmico de Quentin Tarantino está previsto para 18 de janeiro
4) O Último Desafio, também dia 18 de janeiro, traz o retorno de Arnold Schwarzenegger a mais um filme de ação.
5) Amor, filme de tripla nacionalidade (França, Alemanha e Áustria) recebeu até o momento 15 prêmios e 16 indicações, também tem lançamento previsto para 18 de janeiro. Nossa DICA. 
6) Lincoln, com o premiado Daniel Day-Lewis dirigido por Steven Spielberg será lançado dia 25 de janeiro. Nossa DICA.
7) O Mestre, filme com 3 indicações para o Globo de Ouro 2013, traz o vencedor Daniel Day-Lewis (novamente) com Joaquin Phoeniz e Philip Seymour Houffman. Também dia 25 (!) Nossa DICA.
8) Os Miseráveis com Hugh Jackman, Russell Crowe e Anne Hathaway, com lançamento previsto para 1º de fevereiro. Nossa DICA.
9) Homem de Ferro 3 com Robert Downey Jr., com lançamento previsto para abril. 
10) Wolverine: Imortal, também com Hugh Jackman, terá laçamento dia 26 de junho.

Tentamos agradar todo tipo de cinéfilo, mas a lista é grande e com cerca de 259 filmes previsto para lançamento aqui em terras brasilis neste ano. Para os interessados acessem Adoro Cinema.

Carol Cavalcanti

FLOR DA NEVE E O LEQUE SECRETO (23/12/2012).
Diretor: Michael Cristofer 
Lançado em: 31 de janeiro de 1998 (USA)
Gênero: Biografia/Drama

O bom das férias é que podemos ver os filmes que deixamos empilhados durante meses num canto. E para "nossa alegria" encontramos coisas muito boas nessas pilhas. Falaremos de Flor da Neve e o Leque Secreto (Snow Flower and the Secret Fan) que assistimos ontem com bem poucas expectativas. Mas, acabamos por nos enganar sobre esse filme de 2011, uma produção chinesa e americana (deve ser porque o ator Hugh Jackman faz uma ponta).

O filme conta a história de duas crianças que no século XIX (anos 1800) são unidas por um ritual onde as mulheres para arranjar um bom casamento tinham seus pés quebrados e enfaixados diariamente - Pés de Lótus. Desse sofrimento e da diferença de classes entre as duas surge uma forte amizade, alimentada por uma "casamenteira". Essa amizade é conhecida como laotong (Irmã do Coração). Durante anos as amigas se correspondem a partir de uma linguagem secreta escrita em leques. Em contrapartida, as amigas do século XXI, representadas pelas mesmas atrizes, também se conhecem por meio da diferença social de ambas e se tornam também laotongs

As histórias são contadas em paralelo e sempre narradas por uma das amigas, que tem como meta resgatar a amizade desgastada pelas intempéries da vida (em ambos os séculos).  Em muitos momentos parece que estamos assistindo um filme sobre o amor de duas mulheres. Ora platônico, para lá de velado e em muitos momentos tão saliente que ficamos esperando o grande beijo. Mas, o filme é sobre amizade mesmo.
De qualquer forma o filme tem uma fotografia belíssima, um enredo e uma direção de arte e cenários sólidas. No final das contas a história de Flor de Neve/Sophia e Lírio/Nina remete ao pacto de amizade selado entre duas amigas/irmãs, tão forte que supera qualquer perspectiva de um amor líquido.

Fica a dica!
Carol Cavalcanti


POUCAS CINZAS (16/11/2012)
Ashes é um filme produzido pela Grã-Bretanha e pela Espanha no ano de 2008 e que tem como título e subtítulo no Brasil "Poucas Cinzas - Salvador Dali". Bom, a bem da verdade o subtítulo é para chamar a atenção para o ator Robert Pattinson da série de filmes rotulado 'Crepúsculo' e de um público diferenciado. O que provavelmente não foi uma boa ideia, pois o filme é muito adulto para adolescentes e vampiros.

Impressiona pela semelhança física, maquiagem, voz e edição.Mais que um resgate biográfico o filme trata a centralidade da relação pai e filho e a construção de suas identidades, fora e dentro do palco, para além disso, o palco da vida. Fica também a força das imagens do sertão pernambucano,do morro de São Marcos no Rio de Janeiro, o humor de Gonzagão, o sofrimento de Gonzaguinha e o encontro poético, principalmente nos anos finais de suas vidas.

De qualquer forma nossa indicação vale a pena por vários motivos e entre eles as ótimas interpretações do vampiro Pattinson como o extravagante, bipolar, esquizofrênico e gênio Salvador Dali, do ator Javier Beltrán como Frederico Garcia Lorca, Matthew McNulty como Luis Buñuel, entre outros.

A história é surpreendente e baseada nos diários de Lorca que tem uma vida de lutas e superações em relação a sua homossexualidade, lutas políticas e especialmente como escritor (escrita fervorosa em defesa de sua pátria Espanha). Incompreendido, Lorca encontra em Dali e em sua extravagância uma fuga para as dificuldades da vida e do período político  conturbado. As paisagens são lindas de uma Espanha desconhecida para a maioria de nós.

Um filme revelador das histórias de vida de nomes tão conhecidos e cultuados até os dias atuais. Fica a dica para o final de semana, para quem, como eu, teve a oportunidade de numa tarde de Proclamação da República, ter sido convidada para assistir um belíssimo trabalho. 

Mesmo que lançado a 4 anos atrás.

Carol Cavalcanti






20º FESTIVAL MIX BRASIL DE CULTURA E DIVERSIDADE (24/11/2012)





O lema do festival esse ano é Cabeças diferentes, ideias diferentes e o mesmo festival: cabeça aberta. Em Sampa rola desde o dia 08 e vai até 18 de novembro quando se mudará para a cidade do Rio de Janeiros, estreando no dia 22 e rolando até o dia 1º de dezembro.
Com muito cinema, teatro, literatura e música, o Festival Mix Brasil antes apenas um encontro entre bichas e lésbicas na cidade de São Paulo tornou-se uma janela de visibilidade para os filmes com temática LGBT, nacional e internacionalmente.
A edição deste ano mantém sua proposta de apresentar filmes com temática homossexual, mas incorpora em sua pauta temáticas 'também' sérias como inclusão de cegos, surdos e mudos, cadeirantes, relações homoafetivas e adoção de crianças. 
O público é do mais variado e eclético, mas não deixa de atrair atores 'globais' que aproveitam do festival para dar uma badalada em suas carreiras no final do ano. Neste final de semana prolongado para quem estiver na cidade basta conferir filmes no Cine SESC, Cine OLIDO, Centro Cultural São Paulo, Espaço Itaú de Cinema e até no Metrô da República. O ‘Mix Music’ que acontece paralelamente com o festival desde 2000 vai rolar no Centro Cultural da Juventude na Av. Deputado Emílio Carlos, 3641, com entrada gratuita.
Para quem curte as baladas LGBT os locais são os conhecidos A Lôca, Blue Space Clube Nerfetiti, Espaço Salvador Dali e Picasso Bar, Lions Nightclub e Yatch Club na Terra da Garoa. Já na Terra do Samba os locais são 00, Clube Carioca, Galeria Café, The Week e TV Bar.

Os filmes que poderão ser vistos são nacionais e internacionais, com destaque para o filme francês Nosso Paraíso, que trata da prostituição masculina nas ruas de Paris e contará com a presença do diretor do longa e parte do elenco.

Vale salientar que para gays, lésbicas e simpatizantes a entrada é de 50% do valor nas salas de cinema. Uma bela e boa pedida cultural para o feriadão.


Quem dera estar ai!

Carol Cavalcanti

SKYFALL E OS LANTERNINHAS DE CINEMA (06/11/2012)
Pais, papais e mamães? Vocês não deram educação para seus filhos não!? Do mesmo jeito que ensinam seus filhos a escovar os dentes, podem dizer "crianças, na sala de cinema a gente fica quieto, só ri quando é para rir e só chora quando é para chorar". Meu Deus, como queríamos um 007 para descer o s... nessa garotada (no bom sentido para que os direitos humanos não achem que estamos incitando a violência).


Ir ao cinema em Campina Grande é uma aventura que podemos elencar motivos sem fim:

1) Só vem filme para criança e adolescentes assistir
2) Quando vem filme para 'adulto' corre-se o risco de ser dublado (e a maioria é!)
3) A qualidade das fitas enviadas para cá não é das melhores em muitos casos
4) Divulgam-se filmes que não chegam a estreiar ou mesmo passam um dia apenas
5) As salas são péssimas! (acabaram de ser reformadas)
6) São apenas 5 salas para 400 mil habitantes (façam as contas mesmo desconsiderando aqueles que nunca foram ao cinema)
E dá para continuar, mas ai vocês iam achar que a gente a muito 'cricri' reclamando de tudo. Mas, entendam... fomos assistir 007 - Operação Skyfall  ontem e foi demais. Filme dublado prá começar (mas sabíamos), o som da sala de Gonzagão e Gonzaguinha em muitos momentos se confundia com os tiros de James Bond e seus eternos inimigos (inimigos da Coroa Britânica). Mas, o PIOR mesmo foram os 3 adolescentes que não pararam de falar e rir alto o tempo todo!

Bom, 007 - Operação Skyfall é bom, mesmo dublado. É óbvio como o final de M e perfeito como a atuação de Javier Bardem.

Por sinal, imperdível sua atuação. No mais, ficou certa melancolia na espera da música tema interepretada por Adele. Esperamos tanto por uma única canção. Fica nossa dica nas poucas que a cidade nos oferece.

Ah...e queremos a volta dos lanterninhas ao cinemas. Apoie essa causa justa! Mais empregos e mais silêncio nas salas de cinema.

Carol Cavalcanti



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