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quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O que de verdade há por trás do especial 'A Primeira Tentação de Cristo' do Porta dos Fundos

Vou dar minha cara a tapa aqui! Mas, digo logo que a culpa é de vocês que nas redes sociais e nas mídias ficam falando sobre o assunto. Eu, particularmente, nem gosto desse tipo de humor, apesar de reconhecer que é um gênero que atrai o público e têm características próprias no Brasil.

Bom. Depois de tanto blábláblá e de ouvir críticas de dois colegas de trabalho sobre o especial de Natal do Porta dos Fundos, A Primeira Tentação de Cristo - mesmo sem terem qualquer conhecimento sobre o programa -, parei ontem para assistir. 

Dei algumas risadas, achei graça de algumas personagens, gostei de suas caracterizações humorísticas e também de suas reflexões sociais. Tem negro sendo atacado por sua cor, tem prostitua e ladra, tem corno e adúltera, Buda, Shiva e Jah engraçadíssimos fazem uma DR com Jesus e tem Deus...sim, Deus! Deus é um boçal que afirma ter concebido Jesus pelo método convencional, que arranca o braço de José duas vezes só para provar seu poder, que faz o que quer sem pensar no outro, só em si, e é a personificação do que somos hoje: intolerantes ao que é contrário as "nossas" supostas "ideologias". Se eu fosse católica-apostólica-romana ou uma ortodoxa-russa ficaria p... da vida mesmo com a representação de Deus, e não de Jesus. 

A polêmica toda gerada pelo especial está no fato de Jesus ter experienciado (no programa da Netflix) uma relação homoafetiva durante os 40 dias vagando pelo deserto. Ao retornar e tendo supostamente "saído do armário", Jesus não tem certeza se quer assumir sua missão como filho de Deus. Surgem vários conflitos, Jesus está confuso, descobre que José não é seu pai e que agora tem super poderes. 

Então. Como não achei nada demais no programa, o que me fez refletir e falar sobre o assunto, o mote, além do blábláblá midiático claro!, é a falta de consciência das pessoas - ou simples alienação, não sei - sobre o que pode e o que não pode, o que ou não atacar, desrespeitar ou botar fogo. Pessoal! No episódio há manifestação de ódio racial! Pode? Roubar e ser adúltero, pode? Enganar também pode, pelo visto, porque ninguém falou nada sobre tais questões. Que nome dar a isso?

Voltando ao meu mote, a intolerância (aqui, ausência de consciência coletiva). Que diferença faz uma pessoa ser gay, se a mesma realizar suas atividades, tocar à vida normalmente e pagar impostos como todo mundo? Nenhuma! Jesus estar sendo representado (lembrem-se, é representação) pelo programa como homossexual nada mais é do que a possibilidade que temos, a partir de algo que nos incomoda, de refletirmos sobre o que vem acontecendo no mundo, à violência e as agressões ao público LGBTQ+, o racismo e os crimes de ódio em ascensão e todos os outros assuntos expostos pelo programa. Estão lá, todos os 7 pecados capitais gritando na nossa cara: soberba, avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça. Todos são evidenciados e cuspidos em nós! E o que te incomoda é Jesus ser representado como gay? Se Jesus ser representado como um homossexual te choca, mas centenas de homossexuais serem agredidos e mortos todos os anos não faz diferença, você tem um problema.

Bom. Exausta em ter que falar sobre intolerância as diferenças, mas era preciso, gosto de dizer que a arte salva, mas a mesma também serve para nos possibilitar outros olhares, especialmente ao diferente. E aceitar. Aceitar é importante. Leonardo da Vinci refletiu assim sobre a arte: "a arte diz o indizível, exprime o inexprimível, traduz o intraduzível".Friedrich Nietzsche, por outro lado,  afirmou que "a arte existe para que a realidade não nos destrua". 

É isso! Reflitamos!

Fica a dica!
Carol Cavalcanti

*****
O Porta dos Fundos é um produtora de vídeos para a internet que tem um canal no YouTube e segundo consta, hoje, é o sexto canal de maior audiência na plataforma, no Brasil. Recentemente, recebeu o Emmy Internacional de Melhor Comédia, também sobre um especial de Natal apresentado em 2018 intitulado Se Beber Não Ceie. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Selarón: celebração a vida, mosaico de cores

Quando imaginamos que vimos tudo de belo nessa vida nos deparamos com uma escadaria, despretensiosamente instalada em uma discreta entrada da Lapa (Rua Joaquim Silva) e que termina na Ladeira de Santa Teresa no Rio de Janeiro. Surge então uma história que precisa ser contada....

Fonte: Google
A beleza também está presente na simplicidade e mais do que tudo, na energia positiva de certos locais, de determinadas obras de arte que tem uma história peculiar. Resolvemos assim, falar de Jorge Selarón (Limache/Chile, 1947 - Rio de Janeiro/Brasil, 10/01/2013), artista que chegou ao Brasil em 1983 e transformou 215 degraus e 125 metros de comprimento em arte.

Hoje, um dos lugares mais visitados dos bairros da Lapa e Santa Teresa, já foi motivo de gozação ao artista que abandonou a pintura para se tornar o azulejista mais famoso do mundo. Também uma forma de sobreviver, pois sem dinheiro, muitas vezes chegou a passar necessidades. O curioso de sua obra é a autenticidade, já que o material utilizado por Selarón, os azulejos, eram presentes dos turistas de toda parte do mundo que visitavam sua obra a céu aberto. O artista sobrevivia da venda de quadros, postais e outras obras.

No mesmo ano em que a Escadaria Selarón ou Escadaria do Convento de Santa Teresa foi tombada pelo Patrimônio Cultural da cidade do Rio de Janeiro, em 2005, Selarón recebeu o título de Cidadão Honorário do município, claro reconhecimento a sua obra e de sua relevância para o turismo loca.

Foto de Namorinho de Sofá


Foto de Namorinho de Sofá

Escadaria Selarón é considerada pela National Geographic como "a maior escultura no mundo feito por um único indivíduo" e o reconhecimento da obra no Rio de Janeiro inspirou a escadaria de San Francisco (Califórnia, EUA), obra das artistas Aileen Barr e Colette Crutcher.

A escadaria já serviu de inspiração para ensaio da Playboy americana e abrigava a Cia. dos Atores. A morte ainda sem muitas explicações do artista colocou um ponto final na obra: Fala do próprio Selarón que acreditava ser, sua obra inacabada, enquanto estivesse vivo.

O artista foi encontrado queimado, ao lado de um pote de thinner, na escadaria que o consagrou.

Mais informações sobre o artista e a obra:


Fica a dica!
Namorinho de Sofá