sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Por que vale a pena assistir à serie "A Penúltima Palavra" da Netflix?


No dia 17/09 às 19:43 horas recebi uma mensagem de WhatsApp de uma amiga lá de Paulínia, São Paulo. Vou dividir com vocês:

- Oi KaKá! Boa noite!! Estreia hoje na Netflix a minissérie A Penúltima Palavra, que a minha sobrinha Iraí Amana trabalhou como Assistente de Direção de Arte.

Nesse momento imagino-a refletindo e até falando sozinha pela casa... "você lembra dela, ainda pequenininha?" "olha no que ela se transformou!". 

Titia orgulhosa! Continua...

- Ela fez Artes Plásticas na Unicamp e está em Berlim há, pelo menos, 5 anos, onde está prestes a concluir o mestrado. Vem trabalhando bastante em vários projetos!

Na sequência chega o trailer da série que assisto gosto e prometo divulgar. Divulgo nos grupos de mensagens e com pessoas específicas, pois é uma série alemã e nem todo mundo gosta de se aventurar no diferente (e no idioma), preferindo às convenções imagéticas, de atuação e roteiro. Resolvo então  que irei assistir no final de semana, mas não resisto e antes de dormir assisto dois episódios. 

Antes de falar sobre a série, os detalhes técnicos são os seguintes: série alemã, falado em alemão, lançada em streaming em 2020, 6 episódios com cerca de 40 minutos, humor europeu, comovente, diferente, inteligente, com belas atuações e claro, os detalhes técnicos e visuais que compõem a narrativa são muito bem elaborados - sim, estou dando uma força para a assistente de direção de arte. 

Sobre a trama

Um casal alemão como outro qualquer comemora bodas com os amigos quando algo inusitado acontece: o marido de Karla Fazius morre. De início, a tristeza reúne a viúva, sua mãe à beira da morte, um filho adolescente que se torna ainda mais introspectivo e uma filha ausente que retorna ao lar, para descobrir que nem tudo era como parecia transparecer naquela pseudo família perfeita. 


O primeiro episódio não diz muito do caminho que a história irá tomar e só após assistir ao segundo capítulo que você percebe que Karla irá lutar contra sua dor e perda convivendo diariamente com a morte ("à morte ninguém escapa/nem o rei, nem o papa/mas escapo eu [...]"). Nesse momento outro núcleo familiar, o dos agentes funerários, entra na história para apresentar um outro lado da morte.

A partir daqui os diálogos ficam mais aligeirados, há certa ironia (humor negro?) nas atitudes da viúva e surge uma tensão. Como cada uma das personagens lida com a morte? Karla resolve ser oradora de velórios e vai entrar em contato com as famílias dos falecidos, com suas histórias e propor despedidas mais alegres, celebrativas. Mas, nem tudo que ela planeja... em alguns momentos vemos velórios engraçados e em outros despedidas agressivas. Todos se transformam.

A cada episódio a família vai lidando com novos sentimentos e descobrindo novas relações, até mesmo com aqueles que já se foram. O diferencial dessa série é justamente sua temática: a morte. A partir dela, obviamente, outros assuntos e discussões vão se desenvolvendo de forma muito auspiciosa. E eu só poderia usar essa palavra para falar de uma produção europeia; que opta por falar de relações humanas tomando como ponto de partida algo tão doloroso para a sociedade ocidental.

Bom, se minhas palavras anteriores não bastarem, assistiam pela atriz Anke Engelke que está interessantíssima; assim como todos os demais do elenco. E se ainda não estiver convencido, assista pela direção de arte. Porque eu maratonei no mesmo final de semana e minha atenção primária ficou totalmente voltada para à questão.


E posso dizer, com certeza, que se o que entendo por atribuição de um diretor e de uma assistente de direção de arte é o que vemos em A Penúltima Palavra, o trabalho foi muito bem feito, com muito comprometimento. 

Detalhista ao extremo, em certos momentos são tantos objetos, cores e espaços que percebemos o quanto essa função bem exercida é importante para o sucesso de uma produção audiovisual. 


Vou torcer para uma segunda temporada porque eu não gosto de ficar na caixinha da convencionalidade. E espero que tenham gostado da dica e assistam à produção!

Mensagem de hoje cedo:

- Adorei KaKá!! Eu que te dei uma informação errada... o tempo passa tão rápido que ela já defendeu o mestrado há 3 anos ... Hj ela trabalha lá!!

Ah....o tempo....

Fica à dica!

Carol Cavalcanti