terça-feira, 29 de outubro de 2019

(Psicologia . Processos Educativos) . (Escrita . Leitura) = Livro. (P . PE) . (E . L) = Cultura (C)

Foto: Carol Cavalcanti
Para nós, um dos maiores símbolos da cultura é o livro. E, talvez querendo imaginar que um livro produzido na academia possa não ser considerado muito "cultural", resolvemos desmistificar a questão e dizer: "Sim! Produção científica também é cultura!". 
Parte disso porque escrever um livro, concebê-lo, mesmo que fruto de produção acadêmica, tem por trás autores. Seres humanos sociais, políticos e culturais que dedicam parte da vida para compartilhar experiências de trabalho, ora penosas, de maneira prazerosa para seus leitores. Autores, escritores, são atores, são artistas.

Foto: Carol Cavalcanti
O livro intitulado Psicologia e Processos Educativos, organizado pela professora Ana Cristina Loureiro, do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba, oferece uma série de artigos com o objetivo de repensar "educação e psicologia", bem como as formas como os processos educativos que sugerem tal interface são inseridos no cotidiano do graduado em Psicologia, em questões como sexualidade, projeto pedagógico do curso, atividades de extensão, legislação ou simplesmente que envolvam a cidadania no Brasil. 


Foto: Carol Cavalcanti

Na manhã de hoje (29/10) foi realizado seu lançamento, para alunos e professores do curso, nas dependências do departamento. O evento contou com apresentação de standup e uma conversa descontraída com os autores e a organizadora dialogando sobre a nova conjuntura política que afasta (ou melhor, retira) a Psicologia de debates essenciais e por que não dizer, existenciais, como toxicomania e sexualidade.

Foto: Carol Cavalcanti
O livro é resultado de pesquisas já concluídas, em andamento e também de simples reflexões cotidianas que poderão interessar não somente alunos, mas também professores, psicólogos, pedagogos e estudiosos nas respectivas  áreas.

Os oito artigos escritos por professores do departamento e membros do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento e Educação (UEPB/CNPq) foi editado pela Libertas Editora (Recife/PE) e está sendo vendido pelos autores, no departamento, pelo preço simbólico de R$ 25,00. 

Fica a sugestão. Fica a dica!
Carol Cavalcanti

terça-feira, 15 de outubro de 2019

O que as novas séries da Netflix tem a nos ensinar?

Algumas estreias de séries na Netflix chamam à atenção, não somente pela diversidade de temas, mas também pela profundidade de suas discussões e atualidade dos fatos.

A primeira série que gostaria de comentar é O Código Bill Gates. São três episódios, apenas, que tratam do lado filantropo do multimilionário, ex-presidente da Microsoft. Confesso que não conhecia nada sobre suas ações humanitárias, bem como sobre os projetos da Fundação Bill e Melinda Gates. Ao terminarmos à série, onde podemos ver um nerd extremamente metódico, focado e decidido buscando resolver causas para nós impossíveis, sentimos que falta algo dentro de nós. Nos falta humanidade e preocupação com às coisas mais simples do mundo, como um vaso sanitário e saneamento para todos. Claro, claro! Eles têm dinheiro de sobra e nós não. Mas, preferi não contemplar por esse lado. Uma diversão, um aprendizado.


Outra série interessante, O Desaparecimento de Madeleine McCann, revela como foram às investigações do caso de desaparecimento de Madeleine, que de férias no Algarve, em Portugal, desaparece de seu quarto enquanto seus pais divertem-se no bar do hotel. Ambos os lados são expostos de forma minuciosa, naquele estilo investigativo que só americanos ou ingleses sabem fazer. O papel e os erros da polícia potuguesa que culpa os pais mesmo sem um corpo e o lado dos McCanns, que descobrem por conta própria uma rede de pedofilia internacional e acreditam que sua filha foi sequestrada. São oito epsódios que vão deixando dúvida em quem assiste, ora cremos na culpa dos pais ora na conspiração e sequestro. Lá se vão 12 anos de mistério. Vale a pena assistir, mesmo depois de ficar claro a posição tomada pela direção/roteirização dessa série documental. Ao final, a primeira coisa que pensei foi em ligar para as minhas irmãs que têm filhos pequenos. Aprendemos muitas coisas com essa produção, como o escandaloso caso de pedofilia (Casa Pia) em Portugal envolvendo políticos e a organização dessa máfia que sequestra crianças, de ambos os sexos,  para algo tão asqueroso.


The Family: a democracia ameaçada, curiosamente neste momento que os EUA vivem uma crise constitucional, com um pedido de impeachment contra o Presidente Donald Trump, revela uma grande organização norte-americana com ramificações por todo o mundo, que em nome de Jesus Cristo, reúne as grandes mentes (brancas, masculinas e podres de rica) para guiar às políticas locais e globais. Só que não!

Baseado em dois livros lançados por Jeff Sharlet, que ainda jovem é convidado a viver em uma comunidade que escolhe a dedo seus membros e que é composta só por homens (H) que estão sendo moldados para serem o "futuro" do mundo, descortina, segundo o autor, a verdadeira intenção dos líderes da "organização". A narrativa é bem interessante e mostra a influência que o grupo tem no cenário político norte-americano. Sem deixar passar nenhum presidente (dos Bushs, Clinton, Obama e Trump, só para falar dos mais recentes em nossa mente), A Família lembra muito, em sua estrutrutura, com organizações como a Klu Klux Klan ou mesmo a Opus Dei.  Muito instrutivo.

Bom, após falar sobre as três séries de forma breve, vou expor o ponto de vista que EU escolhi. O das mulheres. Na primeira série temos uma mulher ao lado de um homem, que ao final agradece sua positiva existência no mundo a ela, à Melinda Gates. Uma mulher forte. Na segunda, temos duas mulheres. Madeleine desaparecida e sua mãe, Kate, agredida e execrada pela mídia e por parte da população mundial que a declarou culpada pela morte ou sumiço da pequena criança, pois que mãe deixaria seus filhos sozinhos para tomar umas biritas com amigos? Por fim, a ausência completa das mulheres na não-organização A Família. Ou melhor, além da ausência e da não importância, à submissão das mesmas, que se reflete na sociedade de todo o mundo, como podemos notar em falas e ações retrógradas e na perda de direitos conquistados com muita luta que vem sendo apoiada inclusive por algumas....mulheres!!!

Por fim, lembram de "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos"? Depois de assistir aos cinco episódios da série The Family fica fácil entender porque o mundo está tão conservador, com o domínio dos cargos públicos por homens que seguem Jesus Cristo em primeiro lugar (essa é uma desculpa deles, ok!) enquanto Hasselmanns servem a esses homens de forma repulsiva. Todas essas questões que acontecem aqui no Brasil são facilmente identificadas e podem ser correlacionadas com à série. E vice-versa.

É claramente evidente que são tempos mesmo de trevas! Parece impossível reagir. Prestem atenção ao caso da Romênia tratado na série A Família (vale a pena lutar por seus direitos!) e façam a relação que é possível sobre a recente não entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE. Mas, para fazer isso, é preciso colocar Jesus Cristo no seu lugar de destaque...longe do Estado.

Boa leitura, boa diversão e mais do que tudo, bom aprendizado!

Carol Cavalcanti