domingo, 15 de setembro de 2019

Chernoyl, da HBO: uma série para ser assistida

Recentemente assisti à série Chernobyl, da HBO. Fiquei receosa, inicialmente, por se tratar de uma coprodução anglo americana, que talvez visasse "falar mal" da antiga União Soviética. Mas, rapidamente fui gostando da fidedignidade artística na composição das imagens, dos personagem e da caracterização do figurino e do cenário. Só por isso já vale muito assistir aos cinco episódios da primeira temporada, que não precisa nem ter continuidade, pois encerrada do jeito que foi, está de bom tamanho. Uma segunda temporada, talvez, perca seu viés histórico, abrindo para a criação de novos roteiros provocativos e melodramáticos. 

Sobre o enredo:
A série tem dois eixos distintos, sendo um deles, o resgate da população e a eliminação de todos os animais e outro que reconstitui à tragédia tendo como linha de tempo 12 horas antecedentes à explosão do reator, até o julgamento dos "culpados" pela tragédia.





Não darei nenhum spoiler porque acho que a produção que recentemente foi indicada a 19 prêmios Emmy (premiação para produções realizadas para à TV) deve ser assistida. Os guerreiros da vida real são os mineiros que ajudaram a estabilizar o local, os jovens que foram recrutados pelo exército para eliminar tudo que continha radioatividade e os mais de três mil homens que comprometeram sua saúde para isolar o reator. Para "servir à URSS" homens e mulheres se sacrificaram. 



Há na série, a personagem fictícia da física Ulana Khomyuk criada pela produção para representar os cientistas que dedicaram seus estudos para descobrir às causas e erros cometidos, solucionar e amenizar às consequências da radiação.




Ao final, imagens de arquivo são utilizados pelo diretor Johan Renck. Ficamos estarrecidos com o poder de destruição causado pela explosão do reator 4, em abril de 1986. Algumas imagens de arquivo comprovam o quanto os russos lutaram para que a catástrofe não fosse maior, mesmo tendo cometido uma série de erros, que até hoje trazem consequências à saúde de milhões de pessoas. Não sabemos ao certo quantas pessoas morreram direta e indiretamente com a catástrofe de Chernobyl e quantas ainda apresentam em seu DNA contaminação. O que sabemos é que a região continua isolada, com áreas vigiadas e com entrada proibida. Mesmo assim, alguns moradores vivem em cidades fantasmas dentro do raio estabelecido de 200 km da desocupação total.

Lá se vão 33 anos, centenas, provavelmente milhares de  mortos e doentes. Para Chernobyl, em 2019, restou o turismo catástrofe de visitantes que se arriscam para estar mais perto da morte - só pode - ou que não tem nada de interessante para fazer - eu acho.

Não deixem de assistir.
Fica a dica!

Carol Cavalcanti.

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