Péssimo ter crise e não saber sobre o que falar, especialmente quando respira-se cultura em muitos lugares do mundo e com certeza não falta história para ser contada. O último post foi em setembro do ano passado e desde lá, nada me agradou que pudesse ser detalhado aqui. Talvez eu não tivesse boa para escrever, mas ai já é outra coisa...
Para não deixar o ano começar em branco por aqui vou falar um pouco da dificuldade de, em tempos corridos de trabalho, casa, estudos, trabalho, relacionamentos etc. se ler algo que não esteja envolvido com trabalho, casa (bulas de remédio, rótulo de produtos, receitas de pão) ou estudos. E como estar em férias serve também para colocar outros tipos de leitura em dia, vou contar um pouco do livro que acabei de ler e dos demais que povoam os cantos da minha casa.
Minha mãe chegou com essa obra no final do ano passado e deixou aqui, com outros exemplares, para eu ler. Tenho certeza que a capa lhe chamou à atenção na hora da compra (eu também teria me atraído). O livro é escrito pelo roteirista Antoine Laurain, cujas informações são praticamente inexistentes. Até na orelha do livro são apenas 9 linhas que o descrevem, brevemente. Comecei a ler o livro na quinta-feira e logo percebi que a leitura gostosa seria rápida. Terminei hoje e ontem não li mais do que 6 páginas. A narrativa se passa em Paris e conta a história de um livreiro que tenta descobrir a dona de uma bolsa perdida, sem saber sua identidade. A curiosidade do livreiro, as "charadas" sendo decifradas com a ajuda da filha inquieta e os passeios por Paris ou por outros escritores (ele é um livreiro!), fazem com que o leitor não queira descansar sem antes terminar o capítulo. Uma sacada do autor são os capítulos curtos. Talvez uma técnica dos roteiristas de TV e cinema. A leitura fica leve, as histórias vão se intercalando e os detalhes, repetidos e repetidos com certa maestria, fazem parecer que estamos ali envoltos em um grande suspense. O livro é singelo e temos aqui uma história que conta uma história, que contada entre tantas outras pequenas narrativas, é vivida por um livreiro, ou seja, um cara que conhece um bocado de histórias. Ou vocês conhecem livreiros (se é que não estão em extinção!) que exercem a profissão por sucesso, dinheiro ou lucro? Comercializar livros é uma arte, por si só já é uma história; e de amor. Ninguém vende livros por vender, sempre é uma paixão antes de tudo pelas histórias.
Bom, fica a dica levinha de leitura para iniciar o ano. O livro é da editora Alfaguara, ano 2016.
Vergonhosamente, dentre os outros livros espalhados pelos banheiro, quarto e sala e que ainda não foram concluídos estão Na Iminência do Extermínio - A História dos Judeus da Europa Antes da Segunda Guerra Mundial, de Bernard Wasserstein. O livro é de 2014 e tem 517 páginas. Não é só por isso que eu ainda não o terminei - a quantidade de páginas -, mas o motivo é que o livro é extremamente detalhista, especialmente na questão numérica de quantos eram e quantos se foram. E assim por diante. Tem um certo ar de enciclopédia nele, que cansa um pouco sua leitura. Então, este fica no banheiro e de vez em quando leio um parágrafo ou um capítulo (ai...517 páginas de letras miudinhas).
Por fim, com um bocado de páginas também, tão grosso como uma bíblia ....E o vento levou, de Margareth Mitchell. Acho que vou morrer lendo esse livro. Eu já sou louca pelo filme e o livro é muito bem escrito, narrativa e descritivamente. Está em quase todas as listas de livros que devem ser lidos antes de morrer. Espero conseguir. O livro na versão completa tem 951 páginas, 63 capítulos, e eu estou na página 265, capítulo 16. Entendam....não é desleixo...as letras são miudinhas e outros textos acabam caindo em nossas mãos entre uma batalha e outra da Guerra Civil Americana. Mas, na verdade, para mim, é um prazer lê-lo assim, aos poucos, com calma. Foi publicado pela primeira vez em 1936, a minha edição é de 2012.
Então queridXs namoradores de sofá, leitura é tudo. Viajamos sem sair de casa, conhecemos pessoas, lugares, sem sair de casa. É pura imaginação. Prazer de ler e de aprender.
Fica a dica!
Feliz 2018!
Namorinho de Sofá
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