sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Qual a sua angústia? "Minha angústia! Depende do angustiado".

Na noite dessa quinta-feira, 28 de novembro, a cidade de Campina Grande recebeu um dos mais belos e simples espetáculos já montados nos últimos anos. O monólogo Simplesmente eu, Clarice Lispector traz a atriz Beth Goulart esplendorosa em suas várias trocas de roupas e de personagens criados e representados no palco do Teatro Severino Cabral.

Beth/Clarice no início do espetáculo
Foto de Carol Cavalcanti

A direção da atriz conta com supervisão de Amir Haddad e a trilha sonora, também criada por Beth Goulart  (que também assina o roteiro adaptado) foi composta por Alfredo Sertã. Ainda no elenco de produção estão Maneco Quinderé na iluminação (essencial), Márcia Rubin na direção de movimento (conferindo toda a leveza da interpretação) e Ronald Teixeira e Leobruno Gama na criação do cenário, que segundo os criadores, remete a um útero branco que fará o contraponto entre o vazio e a magia nas obras de Clarice Lispector.

Foto de Carol Cavalcanti


Foto de Carol Cavalcanti











A peça já foi vista por mais de 400 mil pessoas e com certeza não passou em branco em Campina Grande. O que prova que a cidade é carente em espetáculos de qualidade deixando sempre ao final certa nostalgia dos tempos idos do Festival de Inverno de Campina Grande e suas atrações de peso, como da atriz Fernando Montenegro.
O texto apresentado pela atriz faz referências a cartas, entrevistas e as obras de Clarice "Perto do Coração Selvagem", "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres" e os contos "Amor" e "Perdoando Deus". 
Durante dois anos a atriz se preparou para enfrentar a intensidade de Lispector e em dois workshops com a psicanalista Daisy Justus (especializada na obra da autora) se aprofundou no viés psicanalítico de suas palavras. O que pode ser notado na intensidade da representação da atriz, com trejeitos e voz idêntica as da própria Clarice, deixando os saudosistas emocionados.

Foto de Carol Cavalcanti

Foto de Carol Cavalcanti
Para terminar ou começar a noite o Vitrola Bar, acostumado com rock no seu repertório recebeu a cantora Adília Uchôa, Pedro (no violão) e Dupã (na percussão) para uma noite de música popular brasileira, samba e chorinho, com direito a canja e aparições "famosas" no evento. Se você perdeu....perdeu!

2 comentários:

  1. Só não posso dizer "espetacular", pois este adjetivo usei pra Beth Goulart... Mas, estes comentários são preciosos e muito pertinentes! Parabéns! As fotos também, maravilhosas. Pena que não "estiquei" a noite como vocês... Beijão! Diva

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  2. Pois é Diva! Mais cultura para Campina Grande.

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