terça-feira, 1 de março de 2016

Estamos todos mentindo para a sociedade?

Por: Carolina Cavalcanti Bezerra

São tantos os filmes sobre transexualidade na história do cinema que não dá nem para citar todos. E este breve post é apenas para chamar à atenção para uma temática que hoje em dia tá mais comum que trocar de foto no perfil do Facebook. 

A polêmica gerada pela não exibição do filme A Garota Dinamarquesa (2015) em algumas cidades do Brasil chega a impressionar e ressaltar a ignorância dos que se dizem envolvidos com a sétima arte (produtores, diretores, atores, exibidores). Qual é o problema ver um homem que nasceu num corpo de mulher (ou vice-versa) querer ser feliz consigo mesma e lutar para que isso aconteça? Ah....cinismo...no Carnaval onde pode tudo homem vestido de mulher pode e ninguém liga. Tem homem que espera só a festa pagã para dar uma "saidinha do armário" sem que ninguém note suas preferências. É mais ou menos como aquele clichê de que um homem pode ir para cama com duas mulheres, o fetiche máximo! Mas, uma mulher se deitar com dois homens é puta!

O filme A Garota Dinamarquesa foi indicado a 4 Oscar, o prêmio da indústria cinematográfica mais importante mundialmente, mas não o mais crítico, não o mais justo, não o mais politicamente correto, não o que realmente premia os melhores (o Oscar premia o lucro). Mas, com seus critérios temos que respeitá-lo, mas não aceitá-lo veementemente como o que detém a verdade. É mais ou menos assim meu povo. Quando a Rede Globo diz em um novela que você homem pode ter duas esposas, morar junto com elas e dividir a mesma cama ELA TÁ MENTINDO! Isso é chamado de bigamia! Já ouviu falar? 

Então, quando você boicota um filme que quer mostrar ao mundo coisas terríveis que acontecem com pessoas com dificuldades com sua orientação de gênero e que no passado (e ainda no presente) sofrem discriminação, experiências terríveis, VOCÊ TÁ MENTINDO PARA A SOCIEDADE, negando uma informação relevante. Ai me pergunto? Qual a verdadeira questão por trás de um boicote desse tipo?

A polêmica ficou evidenciada recentemente quando a cidade de Florianópolis resolveu não lançar o filme A Garota Dinamarquesa e foi preciso uma carta de repúdio para que o filme fosse lançado nos espaços mais comerciais e acessíveis ao público (vale lembrar que hoje em dia quase não existem salas de cinema fora dos shoppings).

Distribuidoras! Exibidores! O Leonardo Di Caprio já ganhou o Oscar dele domingo. O ator Eddie Redmayne até aplaudiu com sinceridade, pois com bem menos tempo de Oscar ganhou o seu ano passado pelo filme A Teoria de Tudo.

Em Campina Grande (PB) já tá merecendo mobilização igual a que ocorreu em Floripa, porque até agora nem sinal do filme passar por aqui. Em João são poucas as sessões, mas elas existem.

Então, por que não paramos para nos questionar sobre questões como esta e outras que nos fazem regredir enquanto sociedade e seres humanos?

Dicas de filmes. Não seja preconceituoso, entenda antes de recriminar. 

Transamérica (2005)
Priscilla - A Rainha do Deserto (1994)
Meninos Não Choram (1999)
Hedwig - Rock, amor e traição (2001)
Minha Vida em Cor-de-Rosa (1997)
Laurence Anyways (2012)
Tomboy (2011)


Imagens retiradas do Google.



domingo, 14 de fevereiro de 2016

Tomie Ohtake

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Você fica meses com ideias rondando sua cabeça, mas sem vontade. Você fica meses pensando que tem que ter mais responsabilidade e manter os seguidores lendo seu blog, mas não tem ânimo. Ai, a partir de uma postagem de um amigo em uma rede social resolve escrever. Assim surgiu a vontade de falar um pouco sobre a artista plástica Tomie Ohtake que completou nessa semana um ano de morte. Viveu e contribuiu com o Brasil até os 101 anos de idade.


 
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A japonesa mais brasileira que se tem notícia foi não somente uma expoente nas artes plástica recebendo algumas honrarias em vida mas, também fez o favor de embelezar algumas cidades brasileiras como São Paulo e Santos com suas obras de estética abstrata. 

Suas pinturas, mas especialmente suas esculturas são obras públicas distribuídas em sua grande maioria por lugares de grande circulação de pessoas na cidade de São Paulo, como a Avenida Paulista ou mesmo o metrô da Consolação.



 
No ano de 1995 recebeu o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura – MinC. Em 2001 foi criado o Instituto Tomie Ohtake que leva seu nome. 

Fica a dica!
Namorinho de Sofá
(Para Paulo Henrique)


Para saber mais sobre o instituto assista ao vídeo sobre o instituto que leva o nome da artista.



Hoje (14/02) é o último dia para visitar a exposição A Arte e a Ciência - Nós entre os Extremos
e até o dia 6 de março pode ser conferida a exposição Da Banalidade - Volume 1, com instalações de Ana Elisa Egreja, Julia Kater e Cabelo. 

LOCAL: Av.Brigadeiro Faria Lima, 201, Pinheiros - São Paulo - SP


Não só os artistas plásticos são fãs da T.O., mas também os arquitetos são seus grandes admiradores. Quem conhece sua obra reconhece seus traços por onde passar. Pesquisem mais sobre T.O. Essa é minha dica de domingo e de retomada da escrita.


Santos (SP). Google imagens
Tokyo (Japão). Google imagens.
 
Rio de Janeiro (RJ). Google imagens.
Aeroporto de Guarulhos (SP). Google imagens

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Uma pequena lição de bom senso, cidadania, vontade e amor

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Acho que muitas pessoas já ouviram falar do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, mineiro de Aimorés. Formado em Economia e pós-graduado na mesma área, somente começou a fotografar na década de 1970, quando iniciou também sua profissionalização.

Salgado é reconhecido mundialmente por suas fotografias fortes, marcantes e em preto e branco. Retrato nu e cru da realidade que fotografa.

O artista têm alguns livros em seu currículo, como o renomado Terra (1997) que apresenta em 109 fotos o cotidiano de trabalhadores sem terra, mendigos, crianças, ou seja, grupos à margem da sociedade.

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Muitos vão lembrar da forte imagem de Joceli Borges, "a menina do assentamento" que percorreu o mundo e foi exposta em várias galerias internacionais. O livro, em 1998, recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria reportagem.

Até o momento são 12 livros. Além de Terra, em sua biografia estão Trabalhadores (1996), Serra Pelada (1999), Outras Américas (1999), Retrato de Crianças no Êxodo (2000), Êxodos (2000), O Fim do Pólio (2003), Um Incerto Estado de Graça (2004), O Berço da Desigualdade (2005), África (2007), Gênesis (2013) e Perfume de Sonho (2015).



Somente observando os títulos de sua obra constatamos a importância das temáticas, das minorias, dos excluídos em seus trabalhos. E é partindo desta sensibilidade  que estamos hoje aqui, para falar da luta do fotógrafo e de sua mulher pelo reflorestamento de regiões degradadas do Brasil.

Recentemente ele veio a público falar da tragédia do rompimento de barragens de uma mineradora e a invasão do barro e de minérios no Rio Doce, em Mariana, Minas Gerais. O fotógrafo foi categórico ao afirmar que o rio pode ser salvo, que as florestas ao entorno podem ser salvas desde que o homem comece imediatamente a fazer sua parte.

Defensor da natureza, há 17 anos Salgado e sua mulher criaram o Instituto Terra. A organização não-governamental recupera áreas de mata degradadas pelo uso excessivo do recurso, seja pela criação de gado ou plantio. Percebendo a importância do reflorestamento para o futuro da região foi que começaram a idealizar e posteriormente concretizar seus sonhos. Salgado começou a realizar seu projeto nas próprias terras da família.

Convidamos você a conhecer mais essa ideia assistindo à reportagem do Globo Rural de 2011.


A nossa dica a você é conhecer mais este outro lado do artista. Respeito e compreensão à natureza, é o lema de Sebastião Salgado. Para nós, boas ações são sempre ótimos lemas para serem comentados por Namorinho de Sofá.

Espero que gostem da dica.
Namorinho de Sofá