domingo, 28 de setembro de 2014

Gerson Camarotti: segredos, conluios e curiosidades do último conclave

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Gerson Camarotti nos dias atuais é o "jornalista queridinho" de quem gosta de informações precisas, mas que são dadas de forma simples a quem pouco entende de termos específicos da economia e política, por exemplo. É jornalista da Globo News e escreve para Blog do Camarotti.



Mas, a matéria não é exclusivamente sobre o jornalista, mas sim sobre seu recente livro Segredos do Conclave (2013) que já está na segunda edição pela Editora Geração e que deve aumentar suas vendas depois da indicação ao Prêmio Jabuti de Literatura na categoria Reportagem.

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O livro contém 11 capítulos que vão tratar do antes, durante e depois do conclave que elegeu o Papa Francisco e do qual o jornalista pode participar bem de perto. O livro conta ainda com um interessante Posfácio intitulado Uma análise weberiana da estratégia política da Santa Sé para reconquistar a América Latina e a primeira entrevista exclusiva do Papa Francisco após sua eleição.

A leitura do livro é simples, como a própria forma de conduzir suas aparições no Jornal da Dez, só ficando um pouco entediosa na apresentação de alguns dados estatísticos, porém curiosos em relação a Igreja Católica e alguns tabus que ainda a cercam (como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, divórcio entre outros). Apesar do marasmo com a apresentação dos dados vale à pena prestar atenção nos mesmos.

Interessante também é a informação que nos é passada sobre o crescimento de outras religiões no Brasil e na América Latina, em especial, bem como, os motivos que levaram a esse fato durante décadas e a inércia da Santa Igreja para tal. As análises sobre o distanciamento da igreja e seus motivos são interessantíssimos e mexem com a própria estrutura do catolicismo contemporâneo. Não é à toa que Bergoglio e seu franciscanismo estão onde estão hoje. Sim, ele Papa e sua ordem tem a dura missão de resgatar os milhões de fiéis desgarrados nas últimas de décadas por todo mundo.

Fica nossa dica de leitura e ah....o Papa Francisco leu o livro!


Confira todo os indicados ao JABUTI 2014 em http://premiojabuti.com.br/resultados/todas-categorias/

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Uma luz no fim do túnel. "Luz, câmera e ação!" A efervescência do Teatro Severino Cabral e o renascimento da cultura em Campina Grande

Há muito tempo não se vê tantas belas atrações culturais na cidade de Campina Grande. Nesse ano de 2014 as atividades culturais não se encerraram com o São João; ao contrário, com o encerramento da festa que dura 30 dias as portas do Teatro Municipal Severino Cabral se escancararam para o 39º Festival de Inverno de Campina Grande (realizado de 15 a 23 de agosto), que com sua ícone maior como host, Eneida Agra Maracajá (há 35 anos a frente do FICG), mas também com o novo olhar e dedicação de seu diretor, Erasmo Rafael (que merece uma matéria exclusiva, caso haja interesse) que recebeu de portas abertas os campinenses e paraibanos, bem como, as atrações vindas de todas as partes do Brasil.

Eneida Agra Maracajá. Fonte: Google
As atrações foram tantas e de qualidade incomparável que fica difícil descrever a emoção sentida pelo público. De Maria Gadú que fechou com chave do ouro o festival lotando o teatro (normalmente o encerramento é feito com música) à abertura com Cia Gira Dança que impactou os presentes.
O mais bacana do festival de inverno desse ano foi, além da sua programação estendida para outros locais da cidade (Praça da Bandeira, por exemplo), a divulgação que o evento teve. Vale ressaltar que ainda falta mais um pouquinho de divulgação (especialmente pela mídia), mas os primeiros passos já estão sendo dados. Quando vimos um espaço cultural divulgar sua programação com meses de antecedência? É o que podemos notar com a Campanha de Popularização do Teatro e Dança na cidade.  

O Teatro Municipal Severino Cabral também lançou um novo site, muito mais prático e de fácil acesso. Vale a pena acompanhar: http://teatroseverinocabral.art.br/ Toda a programação cultural da cidade pode ser consultada em https://www.facebook.com/NamorinhoDeSofa 

Fica a dica
Namorinho de Sofá


Diretor do teatro, Erasmo Rafael. Fonte: Google


segunda-feira, 2 de junho de 2014

514 anos de escravidão

Namorinho de Sofá é cultura. Namorinho de Sofá lê jornal, matérias na internet e também livros. É sobre Doze anos de Escravidão a matéria dessa noite infestada de pernilongos, mas de agradável clima.

O livro de Solomon Northup que ganhei recentemente em uma viagem ao Rio de Janeiro começa assim: "Narrativas de um cidadão em Washington em 1841 e resgatado em 1853 de uma plantação de algodão perto do Rio Vermelho, na Lousiana"

Pois bem, o livro narrado pelo próprio autor relata como o mesmo nasceu livre e se tornou escravo por 12 anos de sua vida. Negro, livre, carpinteiro, cidadão de Washington, nunca tinha visto um tronco em sua vida, era bem visto nas redondezas, sabia ler e escrever e tocava violino. Era casado, tinha filhos e um teto para viver. Por um infortúnio da vida é enganado por uma dupla de brancos safados e acaba sendo tirado do seio de sua família, de sua pacata vida e castigado literalmente para que seu corpo não lhe deixasse esquecer sua cor, sua inferioridade, mediocridade e, especialmente, o seu lugar de 'menos que nada'.

A edição que me foi presenteada, igual a essa ao lado, vem com um outra capa por cima lembrando o pôster de divulgação do filme de mesmo nome, 12 Years a Slave, e um dizer que me fez querê-lo mais do que tudo naquele momento. A história de Northup foi comparada ao Diário de Anne Frank (livro que também foi adaptado ao cinema). 

Sendo somente publicado anos após sua morte o diário da garota judia Anne foi escrito por ela durante os dois anos de confinamento fugindo da morte certa imposta pelo nazismo, 

Bom, ai eu li o livro. Já tinha lido o outro e queria saber em que se aproximavam. Penso eu que na barbaridade dos fatos que levaram às escritas. Anne escrevia para idealizar e viver uma vida que não podia ser vivida, para se amparar, para sobreviver em confinamento cruel de um espaço apertado e sufocante. Por outro lado, Northurp sobreviveu para contar sua história e, como Anne, não deixar que a mesma fosse esquecida. Ambos sofreram horrores. Uma morreu o outro morreu por doze anos longe de sua família, sendo castigado, tendo seu coro esfolado centenas de vezes. 

Na página 17 logo de cara Solomon Northurp avisa que o livro é para estômagos forte e corações sinceros: "Posso falar sobre a escravidão apenas na medida em que foi por mim observada - apenas na medida em que conheci e vivenciei em minha própria pessoa. Meu objetivo é dar uma declaração simples e verdadeira dos fatos: repetir a história de minha vida, sem exageros, deixando para os outros determinarem se as páginas de ficção apresentam um retrato de uma maldade mais cruel ou de uma servidão mais severa". 

Posso dizer que eu senti todas as dores que ele sentiu através de seus relatos e que de forma simples faziam minha carne sangrar. Lógico que metaforicamente falando, porque sou branca, nasci no século 20, tenho uma irmã negra linda e não gosto de injustiças. Mas, quantos relatos eu li que me fizeram (e fazem) olhar para o nosso povo brasileiro de hoje? A que tipo de escravidão nosso povo majoritariamente negro tem que se sujeitar? 

A maioria dos pobres de nosso país e do mundo (não vamos esquecer da África) é composta de negros. Negros, negros, negros dos quais descendemos. Sim! Fiquei meio irada com a leitura porque novamente meu olhar foi descortinado e está pronto para não mais aceitar as injustiças desse mundo capitalista, globalizado, hollywoodiano! Será!?

É isso ai...sobrevivente de todas as picadas de pernilongos possíveis, detalhei pouco, mas espero que tenham curiosidade pela leitura sugerida (eu não vi o filme ainda, diga-se de passagem). E para ganhar a noite de vez, aproveitem e leiam ou releiam O Diário de Anne Frank.

Diretamente daqui....fica a dica!
Namorinho de Sofá

BAIXE AQUI O FILME O DIÁRIO DE ANNE FRANK